despes-me
e eu não me dispo
não quero
que me vejas
dispo-me
não me dispo
e as mãos
que me apertam
a garganta
não sei de quem são
dispo-te
dispo-me
e a quem pertencem
os resquícios
espalhados
pela cama?
despes-me
e eu não quero
que me vejas
não te quero
a sentir
a fragilidade
dos meus dias
dispo-me
e não me dispo
e ao colo
não tens mais
que farrapos
uma espécie
de porcelana
em cacos
despes-me
não me dispo
de que raio
te serve
a minha nudez?
sexta-feira, 8 de agosto de 2014
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