terça-feira, 20 de janeiro de 2015

tens-me por entre os dedos
enlaçada
de te querer

entregas o ventre
ao gelo
da minha boca

e rasgas os trapos
de ti
que me ofuscam
a pele

escorrega a noite
para dentro da manhã
que agora nasce

a lua some-se
para a nova fase

e eu tenho-te
dolorosamente
cravado em mim
incrustado o teu nome
na epiderme

despe-me agora
do que não sou
afoga o teu corpo
no meu

e dança comigo
em tons de azul
na descida ao inferno
da tua ausência

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