segunda-feira, 27 de junho de 2011

corpo estranho

respiro a tua inexistência
a tua pele transformada
a tua voz perdida
a tua boca molhada

respiro a tua inexistência
habitada em outros corpos
rodeada pelo meu beijo quente
pelos meus braços esquecidos

respiro-te
sem me encontrar
meu corpo a tremer
minha mão a agarrar
a tua
que tua não é
porque me pertence
me toca lentamente
a cada anoitecer
me sussurra silenciosamente
teus gritos de prazer

meu corpo estranho
não é de ninguém

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