segunda-feira, 21 de maio de 2012

chegaste despido

deixei-te
o corpo repousado
e saí em direcção
à noite e à chuva
tresloucada

enquanto as gotas frias
me queimavam a alma
gravavas o teu cheiro
no meu lençol
enquanto o chão
me rasgava os pés descalços
marcavas teu corpo
no meu colchão

chegaste despido
para acordar
o meu sossego
beber-me da pele
o azul
arrancar-me o grito
do cravar das unhas
para atirarmos aos deuses
o nosso céu

regressei
com glaciares arrepios
e ao teu acordar
siderado
respondi com
o beijo
que te derreteu

Sem comentários: