sexta-feira, 20 de março de 2015

trazia a noite
em azuis emprestados
o corpo a transpirar
cansaço

demora-lhe os lábios
no desejo sereno
de um despertar
molha-lhe as mãos
no suor vespertino
de um gemido

os dedos tacteiam
a humidade da pele

as bocas
que se buscam
já não existem

a carne devorada
desce aos infernos
da loucura

e resta a lua
indiscreta
essa que visitava
os amantes
esses corpos
danados de prazer


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